Cata-ventos Lunares: agosto 2007

Cada rei no seu baralho, lua nova de julho de 2007.

Caro Sol:
(te escrevo aos pedaços de luas novas)

[nova de maio/06]

Não acreditas no que acabo de sentir. Vento pós-chuva e um arco-íris. Mágico. Contando que ainda é manhã (estou me disciplinando a acordar cedo). Já é a segunda vez que ele nasce e morre.

A beleza não tem senso, talvez espírito, alguns motivos singulares insignificantes p’ro tudo. (manhã / é pouco da mesma coisa / do mesmo amor // tenho que... / aprender a dizer as mesmas coisas/ obrigado// manhã / extravio de ver / o mesmo / obrigado / não quero // bom começo // novo dia). Já faz muito que me justifico a beleza. Afinal, não sei quanto a ti, mas preciso de algo no que confiar e dizer "sim, eu acredito em ti".

Talvez um norte, somos tão sós, não é? Bom, a beleza foi uma das minhas escolhidas (o fato da palavra ser feminina acabou influenciando também... hahaha... mulheres, mulheres), num primeiro momento ela veio ocupar o lugar que deus ocupava em mim, agora ela já tem uma identidade bem definida em minha pele (definida, mas não pronta, a beleza se move).


[nova de julho/06]

Acredito que algo ficou estanque. Pode soar lamento, mas me abate o desencanto.
Não consigo deixar de lembrá-lo, não consigo deixar... de para que isso se repita em minha pele.
Já deixei as culpas de lado. Não sou eu, nem os outros, mas apenas movimento.

Movimento

[nova de julho/2007]

Escrever qualquer coisa que me faça crer no que sei, não? Pensava eu, felicidade, o que é? Como e onde estão os felizes? Daí lembrei de apaixonar-se, será felicidade?

Mas falei com outréns e me disseram felicidade é ter potência de criar, liberdade e espaço para criar. Quanto a tempo não se sabe, talvez ninguém tenha contado, ou tão pouco felicidade seja algo tão caro que quem tem não divide e se compartilha é com outro feliz.

tão logo, fora os pedaços, me despeço.

Eliane