Cata-ventos Lunares: maio 2010

Costura, Nova de Maio de 2010.

Centro da Terra:

Montei um ponto fixo. Anti-cismico. Apesar de saber da tua força de deseixo.

O corpo busca um desiquilibrio calculado. Eu tento, mas às vezes comunicar pelo teatro me soa falso.

A vida se dá em colcha de retalhos, dos quais, na maior parte do tempo, quebro cabeça tentando uni-los. E aí, quando vejo, ou melhor, quando relaxo e provoco meu próprio desiquilibrio (se é que posso chamar desiquilibrio o ato de atirar-me à corrente de acontecimentos), os pedaços se unem, e formam figura, capas, cascas, terra rejuvenescida.

"Para sempre jovens", é um pedaço de meu irmáo que sempre terei. Tenho a costura em máos outra vez, crio meu próprio caos de pedaços.

A única verdade que possuo agora, sáo as linhas que traço. Confio no tempo, pois ele se abre em trilhas renovadas.

Encontrei sossego no lar para criar, e acompanhar as novidades de fora.

Meu eixo sáo as linhas que dançam, e náo se fecham. Mas se encontram.

Qual é o teu?

Ainda durmo escutando o pulsar do teu coraçáo.

Da tua

Eliane

Aluga-se, Minguante de Maio de 2010.

Caro Desvio:

Te pergunto: é tempo de parar ou seguir, demenciar ou racionar?
Tá bem, tá bem! Já entendi que a vida é uma caixinha de surpresas. Saio com meu vestido Tim Burton e tudo de mais freak me acontece.

Tive a chance de correr pro mato (literalmente), mas näo, de novo segui a direçäo contrária.

Hoje limpei o pasto, desafoguei o boldo e a alfazema. Voei sentada no balanço de sombra mansa.
Matei as ervas espinhentas.

O coraçäo tem vivido dias raros. Às vezes mantém silêncio de tumba, e quando fala, é atropelado.

Já sei que vou mais ao sul. Dizem que lá andam precisando de mim... Pois é, também ando precisando de mim. Quem sabe lá nos encontramos.

Enquanto isso, ensaio as danças de desapego. Enquanto isso, estou aqui, limpando o jardim, escrevendo um mini-livro-acolchoado, buscando luz na minha concha.

Ah, e também disfrutando dos beijos que me chegam.

Bom... sigamos os nossos rumos.