Cata-ventos Lunares: agosto 2008

A Caixa Vazia, nova de setembro de 2008.


Cara Lápide:

Lemos tudo que tua sombra escondia. Seguia passos vermelhos, mas isso é passado longe. E bem longe, já que de lá pra cá o vermelho desbotou e coisas grandes foram descobertas novamente.

Soube que dava noticias em meus sonhos, despertava tensa, peso nos ombros. Será que me dizes que morrer é pesado? Afundo, e nas profundezas ganho leveza no pensar. Outra veio e me disse que não há mais temores. Outro disse que tem medo de mim, mas não foje.

Eu fujo.

Não tenho medo da entrega.

Lápide, pensei no que escrever sobre o que está dito a tua sombra de noites mal-dormidas. E veja o que me veio:

Constança

As meninas conquistaram seus negros espaços.
E nada mais
nada mais cabe dizer.

(silencio pensamentos
na entrega pretendo sossegar)



Estou pensando em enviar de volta a caixa vazia que há tanto recebi. Talvez outro remetente. Talvez.

Da sua confidente

Eliane Rubim