Cata-ventos Lunares

Tudo o que você queria saber, cheia de julho de 2011.

Á quem quero demonstrar repudio:

Ouça me bem. Ponho força em cada poro que respira, para soprar-te longe de mim. De nada serve, seguirás aí, sentado, repassando ordens, que nem te questionas de onde surgiram. Sabes apenas desse tal papel de cumprir ordens.

Eu não quero cumprir essas ordens, se é que me faço entender. A vida não me permite. Pois para mim viver não tem permissão. Nem papel, nem horário, nem regulamentos vindouros de tipos como tu. Estás encerrado dentro de uma caixa, e creês que me és uma referência?

Das duas uma, ou eu estou loca nessa idéia de desobediência à morte, ou tu, não encontrou respostas de perguntas que estão em ti. Tua obediência cega, de mãos armadas, eu tenho os olhos abertos e sonhando, de mãos abertas.

Minhas armas são feitiços. Vontade de construir junto. Se justo, ou não, já não sei medir, tenho demasiados motivos pra repudiar tua falta de compreensão humana, e viver atrás do que não ves.

Caminho à noite, muitos sentem frio, outros tantos mortos. Mas claro que isso não te importa, não há saídas, não é? Não há espaço para todos, é o que irás justificar.

Desse teto goteia. Dessa janela o ar entra. Desse corpo, somente entrega.

Que tua morte (dessas leis) seja breve.

Me vigias onde não estou.

Estou em mim.

Lilith Rubim

Cai a luz fica a sombra, eclipse lunar de junho de 2011.

Cara sombra:

Grutas são esconderijos. Tu também.
Esconder-se é jogo, brincadeira.
Cara sombra, sigo brincando. Brincando de reinventar o cotidiano. Dessa vez acompanhada. Muito bem acompanhada em aventuras.
Alguns diriam que as cinco da tarde é muito cedo prum encontro íntimo, eu nego.
Não há relógio pros encontros de desejo, e hoje desejava muito te ver pousando sobre a luz da lua, como luva aveludada.
Por sorte não me atrasei tanto, creio até que te vi no momento certo, você de costas, levando aos poucos tua mancha negra sobre a radiação azulada do satélite de queijo.
Não há lados exatos para saborear.

Sigo experimentando.


Beijo


Lilith

Novas aventuras, crescente de abril de 2011.

O céu o sol o mar: 

Brincar. A vida tomou essas cores. Ai ai. Oh mar, amar. 

Me pega da mão, e buscamos nos aventurar. Eu na sua pele, no seu sorriso. "A gente se ajoga". P'ra vida, pr'esse louco tocar, e tocar... adiante, atrás... enfim, dentro das voltas do mundo. 

Musicalizando o que é ar, musicalizando maneiras de sentir. 
Ganhou-se ritmos. Perdeu-se medos. Matemática infinita de sensibilidades. 

Disfrutando os momentos. De frases soltas e coesas. Revolvendo com colher de pau, esse doce lar kaos. 

É pele superfície, corpo profundezas. 

O que vejo se a nevoa vem? Sigo caminhando. De mãos dadas. 

Entre suspiros, respiro. Com peito aberto de raivosa sinceridade com a vida, que é uma.
Me despeço. 

Eliane Rubim

Com bolhas nos pés, carnaval 2011.

Cara Fábrica:

Teve dias que me aprisionastes. Outros de plena liberdade. Estás linda. E vejo o quanto cada um de nós cresceu junto contigo.

Os cheiros, sabores, calores... tudo intenso.

Sempre soube que dentro de ti não me restava outra a não ser inteira e entregue.

Esses últimos dias de carnaval me fizeram entender a importância de estar em harmonia para poder criar. E finalmente pude vivenciar isso em ti. Estou muito feliz por isso... de sentir uma harmonia, dentro de cada caos particular que habita baixo teu teto.

Vamos por mais.

Agora que estarei longe, posso te contemplar ainda mais bela.

Arrastarei os chinelos pelo banhado, feliz e mais forte.

Até a próxima

Da tua

Lili

Ir e voltar são caminhos distintos, Cheia de janeiro de 2011.

Felicidade plena:

Chorei essa manhã, quando tive a clareza que o amor faz a vida plena. A casa cheia de alegria e criatividade. A casa cheia. Rever e reconhecer. Ter novidades, ter clareza, ter vontade de mudança.

Tenho o impulso maior. Motor maior, amor. Amor veneris. Confirmo os ires e vires. Sinto bons ares longe de Buenos Aires. Sinto bons ares da laguna, do seu hálito, da janela aberta.

Pela primeira vez sinto um enorme otimismo em meu peito com relação a apaixonar-me. E isso me dá certezas... certeza que tenho que regressar a laguna e sentir o seu corpo junto do meu. Continuar fazendo da vida minha. O resto é arte... disso já sei.

!Y a bailar!, atras dos tambores do coração.

A lua ilumina a rua. A rua é nossa.

Pensando na (re)volta, continuamos perto.

da sua (sempre sua, Felicidade)

Lilith

Não é o fim, nova de janeiro de 2011.

Aos planos:


Estou em transito.

Por que não respondo quando me chamam?

Por que presto tamanha atenção nos meus passos?

Qual será o próximo passo?

Darei o próximo passo. Buscarei, em outro instante, aos que me chamam, por amor.
Somente por amor, e nada mais.

Buscarei outros lugares, outras histórias, desde que seja por amor.

E tenho dito.

Lili

Cerca de mi, nova de janeiro de 2011.

Extrangeiro de mim:



Falo assim, da maneira que sinto. Ou de experimentar o que um sente. De que um experimenta como vida.



Hoje, falo claro, sem pensar em memória, mas sim do que sinto agora. Ou seja, falo do simples verbo de experimentar.



Experimentar a posibilidade de tocar a história do outro. E essa liberdade de experimentar... sinceramente, me encanta.



A liberdade de sentir o que é a vida. Sem julgamentos, e cadeias.



Como me dice Cintia: "Vivo es sentirse bien, nada de eso que te dicen que te hacen bien, y si, lo que te ganas, y que sentis (adentro que te hace bien) que te haces bien."


Escrita.
Gosto do borrão
e sua permanência.



Fui, e toquei. Agora é uma marca. Compartilhada mais na pele, do que na idéia de amor supremo e absoluto.


Riscos do além (de mim)
que vão
e que vêm.



Outra história de final mal contado (pra mim, obviamente). Tão pouco tanto, claro, até porque a inexistencia de happy-ends nessa minha vida, é o que dá movimento, em busca de alegria. (Porque a felicidade, tem dias que não é compatível).

Meu ponto fixo
minha memória avessa.



Senhor extrangeiro, eu me desnudo com todo o prazer. Vamos conhecer.

Lilith