A terceira volta, cheia de junho de 2008.
Minha Nega:
Olhei logo longe, parecia íntimo. Vislumbrei a idéia de que as coisas sempre retornam. As histórias se repetem, mudam-se apenas o nome dos personagens. A mesma história de dor e prazer.
É verdade sobre a vida ter movimento bumerangue.
Comecei a sentir a tarde logo cedo, talvez ainda fosse manhã. Tinha aquela luz branca, bons pensamentos, confissões, risadas, enfim, vários bons começos. Capturei com leveza as incertezas, e não busquei no desespero o tom do romance que escrevo junto aos dias.
Ao contrário, mantive a calma, o sorriso em esboço. Prazer e dor.
Lembrei do quanto andamos (e como andamos), e agora me delicio com a tragédia de humor seco que consigo aplaudir, e vivenciar de camarote. Ora, andar e andar. E eu que nunca entendi muito bem do porque tomar decisões idiotas, de levar as coisas até o fim.
Dessa vez o fim é entender que viver é singular, nunca mais andaras ao meu lado querendo minha sombra, nunca mais. Tu nunca serás igual a mim, minha vida não é tua.
Me sinto dona de mim, apesar de ainda ter as costas pesadas. Mas isso está breve, minha nega, não será mais assim.
Olho perto, mas tenho certeza de que tudo é leve, e belo ao seu modo.
Eliane Rubim