Cata-ventos Lunares: Esse lugar, crescente de fevereiro de 2007.

Esse lugar, crescente de fevereiro de 2007.

Caro Vento:

D’aquilo que insisto em ter como desespero, em teus pés preguiçosos cavo a espera. Então me faço em ti, uma pergunta: será que um dia tudo isso cansará?
E não pergunto mais nada sobre o teu bem estar, ou das saias que te regozija em levantar, a tudo isso assisto, bem sabes. Só que os olhos-poros, que tanto tentam flertar com o tempo, estão trocando de pele. É verão, fim dele, e aquilo que não casou, acaba por abandonar a si próprio. É tempo de troca de fluídos, de transa.
Ontem segui uma lógica semântica, coloquei girassóis para girar sob o sol. Eles murcharam, todos, e em seus lugares ficaram brotos. Pensei em cortar suas cabeças, ainda não estou certa, não é porque elas não possuam pétalas que elas estejam mortas, não é mesmo? Não sei, não sou boa com flores e plantas e animais e humanos e palavras, mas transo, o que é importante, pelo menos foi o que ouvi da última vez que conversamos no mar.
Sobre o casamento, prefiro dizer que seja apenas um noivado. O verão está findando, logo vamos saber o que se há para colher.
Bons Ares.
da sua
Eli

Nenhum comentário: