Cata-ventos Lunares: Cristalina e negra, Minguante de Outubro de 2008.

Cristalina e negra, Minguante de Outubro de 2008.

Caro No-sense:

Repensamos o projeto Caos. É possível. Não importa o que tenha à tua volta. O amor sempre te amará.









Essa carta são citações. Tudo roubado, sem referências, pois penso: como referenciar se tudo faz parte do mesmo lugar, da mesma teia de acontecimentos, encontros e frequências.

No-sense, não comecei a pensar reto, de forma alguma, penso sinuosa, às vezes contraditória e hipócrita. Sou hipócrita por muitas vezes desconsiderar a memória coletiva, e inventar uma só minha. Agora me responda: Can you see? All the hearts that touch your cheek.

Eu não consigo... Parece cada dia mais claro os afetos e os desafetos por mim. Acho bom não ser alguém apático. Acho bom desaprender (e me desprender) das formas "padrão". Descobri que é preciso cada vez mais sutileza...

Quero te contar do meu convívio com os surdos. Não sei... bem por onde começar. Tenho a sensação que eles ouvem demais, e isso gera esse silêncio da escuta. Eles ouvem demais, e se comunicam, desesperados, através desse silêncio (que é só deles).

No começo eu tinha outras sensações, mas agora sinto isso mais presente, esse silêncio que nos aproxima.

Everybody bow your head
For the greatest inspiration
A complete contradiction
Of ways.

In this hole that we have fixed
We get further and further
For what we must do
I know this, I know this

You know this, you know this



Os dias são grandes. Grandiosos. Das flores, que no esgoto eram margaridas, agora na água podre do meu lar, são dentes de leão. Essas coisas me fascinam. O podre, a sujeira, a beleza, a transformação, a falta de sentido (aparente).

É no silêncio que trocamos...

De quem conversa contigo nas horas de entrega

Eliane Rubim.

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