Cata-ventos Lunares: Sutilezas, Ainda Minguante de novembro de 2008.

Sutilezas, Ainda Minguante de novembro de 2008.

Luz e Sombra:

Pedi demais de vocês, bem sei... mas como iria imaginar que as velas, as estrelas cadentes, os dentes-de-leão, os números iguais, enfim todas as superstições inventadas por mim, iriam me responder profundamente. Eu rio, o que mais seria. Finjo estar serena, e aberta aos jogos de dados do acaso. Claro que não, estou em vigia. Coloco os meus olhos na linha de foco dos movimentos que circundam. Quero ante-ver, me policio. Me policio.

Mas é isso, logo mais haverá outros andares, outros passeios, outros raptos e rupturas, e quantos jogos de vocês! quantos desenhos emoldurados na minha pele! A vida é grande, os encontros maiores ainda. Me pergunto se todos os afetos capturados, os conselhos ignorados, as ajudas que não pude crer que viriam, enfim, se tudo isso é mais um romance. Como Miller, gero outro livro em mim. Outro livro. É fantástico sentir que consegui me livrar da repetição, me sinto criativa com a escrita da minha própria história.

Outras noites, outros cantos, outros olhos. "rasa na pele, profunda em vísceras". Não resta nada, bem sei (outros já sabem e me comunicam), vamos dançar, leve e docemente. "sou toda corpo".

Sombra, teu abrigo me coloca em situação de espectadora, ou melhor, uma espécie de observadora que às vezes pré-visualiza. Luz, me centras em foco... daí me divirto. Ai ai... dias longos, boas leituras, e todos pensamentos. Sabe, gosto mesmo é da nuance de vocês dois. A sutileza.

De quem escreve com tinta preta.

Eliane Rubim

Um comentário:

Fernando A. disse...

grande parte da escrita é sempre escrever sobre o que se entende.
ou seja : a própria condição de sobrevivência.

haha, vamos parir séculos de livros.