Cata-ventos Lunares: Agora que o pior já passou, minguante de maio de 2009.

Agora que o pior já passou, minguante de maio de 2009.

Ao meu útero (onde quer que ele esteja):

Hoje data 12 de maio. Lembro de minha mäe. Näo sei bem porque pensar em mortos sendo que sou eu que me sinto morta hoje. Ai näo sei. Cansada de näo ter amigos (e quem é meu amigo sabe de alguma maneira o que siginifica "ser amigo"). Tudo é täo longe, dá preguiça às vezes de manter superficialidades só pra näo se sentir sozinha. Foda-se, assumi a solidäo, se antes näo forçava a amizade näo é agora que isso vai se dar. Sei lá, tô um pouco desencantada hoje. Talvez a TPM ou a näo-TPM (pois pra variar to com um medinho de estar grávida). Mas enfim, tenho os pés machucados, os seios inchados, as costas doloridas e um saco cheio de seíláoquê (agora sem hífen).

Também o Desgusto me encheu a cabeça de caraminhola, me disse que eu era muito "perseguida", que sempre achava que as pessoas näo iräo gostar de mim, e que sou super insegura. Quanto ao "perseguida" desconsiderei, mas o "super insegura" me caiu como uma bigorna. Como pode dizer que sou "super insegura" sendo que estou provando a mim mesma, viajando sozinha, o contrário? Ai.

"I think I saw you in the shadows
I move in closer beneath your windows
Who would suspect me of this rapture?
And who but my black hearted love"

O fato é que fiquei paranoiando se por algum aspecto isso näo fazia sentido. Mas a verdade é que näo tenho certeza nenhuma a respeito disso. Fazer o quê se tenho em minha pele pinças que capturam afetos seletos? Täo pouco sou afim de me tornar um zé-povinho.

"In the rain, in the evening I will come again"

Ontem fiz uma poesia, teci uma teia de fitas ao vento, pela fábrica. Foi bom, o vento frio, a garoa fina. O riso foi espontâneo. Quando me sinto à vontade faço poesia, mas a verdade é que hoje näo me sinto nem à vontade e nem vontade.

"I'd like to take you;
I'd like to take you to a place I know
My black hearted"

Mas de qualquer forma escutar Pj Harvey no rádio me cai bem.

...


E hoje (17 de maio - domingo), descubro porque cada parte me parece sempre um lugar distinto e estrangeiro. Percebo que é algo quanto ao peso da luz sobre as coisas. Da maneira como a luz se mescla com as cenas, as coisas, os humores.

Parece que hoje entendo um pouco mais sobre cinema e sua fotografia. De como "escrever a luz" e produzir algo atrativo e sedutor. Hoje o que vi foi bem sedutor.

Que bom prazer óptico.

Mas enfim, o que queria dizer e näo disse, é que a luz transforma cenários, ambientes, "ares", de tal maneira com que faz que cada lugar e cada tempo, seja único e raro. Me deu alegria de saber que estou viajando. Somente de passagem por essas paisagens únicas, e de luzes diversas.

Diálogo:
"-Dejeme escribir en tu cuaderno!!!
- No.
- Ai... Por favor! Te regalo plata.
- No, no quiero plata, no voy me vender. Y además, porqué te gusta plata?
- Ah... porque sí.
- No, en serio.
- Ah... porque puedo comprar cosas.
- Tah... pero porque te gusta comprar?
- ora, para tener cosas.
- y que cosas???
- Caramelos!!!!
_ ¬¬
"

Lembrei do meu irmäo depois dessa resposta täo encantadora. Alguém que cansa os olhos de sonhador para comprar "caramelos", cores e misturas para fazer outros sonhos.

Dessa vez só um até logo.

Até logo.

Lili

Um comentário:

Bianca disse...

Tu quer me matar de susto!!!
Me diz que não é verdade!? Lili...
Tua carta ainda não chegou, sinto muito tua falta e queria estar ai pra te dar um abraço gigante quando sei que estas nesses momentos mais carentes.
Por aqui sigo academicamenteacademica, sempre louca pra sair e beber e e dançar... tá tudo indo, as vezes um pouquinho aburrido, mas vai.
Sempre uma vontade louca de estar em casa... ando cansada.
Saudosa sempre!
Chega carta da Lili, pra me explicar essas coisas confusas dessa pessoa amada da minha vida.

beijoo