Depois da Chuva Quente, Nova de Outubro de 2008.
À Senhora de voz rouca:
Vou a qualquer canto, e meus olhos humedecem. Pareço estar em todos os lados que olho. Me perdi no que sinto, tenho medo e não o tenho. Durmo e me vejo além. Olho meu corpo deitado ao lado de outro. Assusto-me em me ver, e me aconchego na companhia do outro olho. O sono está em pedaços, tem horas que já não sei mais o que fazer, e me encolho, e morro dentro de mim.
Não sei se tenho forças na ausência. Tudo se repetindo. Cruzo corpos antigos, envelhecidos, certa de que todos sofremos por brincar de entrega.
O gozo é alvo e respira breve. Eu que envelheço, e me torno cada vez mais insegura. Não era isso que eu imaginava. Pensava que amar de novo me deixaria mais calma, mais honesta com tudo.
Li um texto lindo de Priscilla, quase me roubou o ar. Chorei, pois... o que mais haveria de ser? Calor e frieza num mesmo toque. Soberba e embriaguez. Me vejo em cada palavra, só que agora há defesa. E de novo me recolho.
Ele saiu pela mesma porta de antes. Rindo, indiferente. Talvez leve. Eu não consegui mais dormir.
Penso agora que não tenho mais porquê me preservar, mas não tenho forças de me entregar aos silêncios, às esperas, às mentiras.
Talvez mártir, talvez judas. Brindemos ao equívoco!
Eliane Rubim
3 comentários:
Lilith, minha querida!
Fiquei aflita ao ler essa carta.
Quero te ver!
Hum, a bice já deu problema, mas eu vou adorar passear contigo do jeito que for. :)
Amanhã depois da aula passo ai... vais estar?
beijo
parabééns. muito boa, cara! Dá uma sensação de... sei lá! É profunda.
pô, brigadão! ;)
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