Cata-ventos Lunares: O céu chora, fim de abril de 2008.

O céu chora, fim de abril de 2008.

Ao longos tentáculos do sono só:

Caminhei infinitas tardes, por lugares decompostos, de uma cidade fantasma. Num mundo onde o apocalipse é contado, aguardado, praguejado, orado, eu saio nos momentos em que a luz é fogo. Não há dor, nem cansaço. Somente na hora do sono estou desconfortável, estou só.

O céu gradeado com cacos e arames farpados, me lembram que sonhar está bem próximo do chão, e há muito não vôo nos meus sonhos... e há muito não sonho.

Contar aos teus olhos
que cantei alto até que a terra
vibrasse

Contar aos teus pêlos
que expirei noites frias
até que o sol morresse.

Contar as tuas rugas
que rasguei os planos
até que a mentira cansasse.


Eu tomo cuidado com o que desejo, pois quero tudo, e me aprazo com o que o nada me dá. Além de vazios, e solidão... o nada me dá "livreza". Não é liberdade, não é tão grave assim, é algo livre, belo, leve e triste. Outros olhos que andavam fechados, semi-cerrados, querem abrir. Tenho uma anomalia em minhas mãos, tenho próteses mecânicas, tenho falares amputados, e prazeres também.

Sigo caminhando, teus tentáculos me fazem sonâmbula.

Convicta de coisas que não sei dizer, me despeço.

da sua
Lili

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