Cata-ventos Lunares: Paredes azuis, abril de 2008.

Paredes azuis, abril de 2008.

Escrevi a todos, notifiquei minha ausência. Agora remeto a mim, a carta que própria escrevo.

Cara Eliane:

Era tão profundo o azul da sala, principalmente sobre o que estava deitada. Azul indigo, escuro, marinho, petróleo, turquesa, celeste, florescente.

Escutava Gong pra voltar a superficie, mas esqueci que o azul onde meu corpo estava estendido era escuro.
Via a luz, a escutava também. Aquele giro sonido por trás dos meus ouvidos, aquele sopro contido, dum dia que claramente promete ser quente.
Estou de costas.

Agora vejo as horas, e sei que o dia não acordou pra mim. Faço quarentena da peste que me alegro em ter. Escrevo as cartas, escrevo as cartas. Exercício de escutar e calar. Também ver.

Só haverá outro dia desses, e quem sabe outra cousa se inicia.
Aos pouco voltamos a nos falar, esse é o meu primeiro sinal de fumaça. Ganhar repouso do tudo, me alegrar em ficar com o nada. Fiquei um pouco longe do meu lado, e do seu, mas ainda não nos sopramos as respostas certas, estamos transando, estamos sonhando.

É preciso se entregar minha cara.

Estamos sentindo...

Daquela que é teu amor e tua morte.

Eliane Rubim

3 comentários:

mauricio disse...

é uma alegria ser descoberto por ti! estamos então linkados! beijos e desejos de encontrar mais de ti!

Priscilla Menezes disse...

Seus textos são lindos de uma verdade doída.

Priscilla Menezes disse...

se quiser me visitar,eu tracejo por aqui:
www.fotolog.net/priscillamenezes