Cata-ventos Lunares: Rio Letes, crescente de março de 2008.

Rio Letes, crescente de março de 2008.

Ao que não é eterno:

Poderiamos ter um dia ruim, pois pensamos na miséria, na desigualdade e no cale-se. Pensamos nisso e rimos. O que era dor agora é arte.

Notei novos balanços: a inclinação da rua, a composição de desconfortos por conta da mentira, e o olho novo colado nessas paredes rotas.

“São todas essas questões que temos que pensar um pouco...” - O que isso quer dizer? O dia foi bonito.

A família vai bem. Luiza voltou com as drogas e seus fantasmas. Ah! aconteceu aquele andar estrangeiro, o tempo ajuda algumas coisas ficarem melhores do que antes. O tempo às vezes, persiste. Ele só não existe, eu sei, e fugaz, não é algo que longe de ti, eu conecte.

“Qual é o sentido de tudo isso?” Não serve. Essa é a resposta. Tudo isso, todas essas manifestações de medo, todas essas coisas que giram ao redor, não servem. Elas são. E são muitas, juntas e conectadas.

Daqui, bebo a àgua turva que é calma para sempre. E durmo. Já não sei se sonho, buscar perspectivas não me cabe.

Luiza compremeteu-se a mudar, buscou fazer quarentena de mim, e viajar por um ano pr'outros amores. Ela diz não haver mais luz, e Letes apenas lhe disse calmamente que tudo isso é bobagem.

Em busca de raízes, Alice cai no buraco da árvore.

da sua

Eliane Rubim



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